Canções devocionais sobre o amor de Radha por Krishna – O Evangelho de Sri Ramakrishna

-Canções devocionais sobre o amor de Radha por Krishna – O Evangelho de Sri Ramakrishna

 


 

Ó Krishna! Amado! Você é meu!

O que Lhe direi, Ó Senhor?

O que diria a Você?

Sou apenas uma mulher

E nunca a favorita da sorte;

Não sei o que dizer.

 

Você é a flor para os cabelos.

Ó Amigo, farei de Você uma flor

E O vestirei no meu cabelo.

Sob as minhas tranças O esconderei, Amigo.

Ninguém O verá lá.

 

Você é a cor para os lábios,

O doce colírio para os olhos;

Ó Amigo, com Você mancho meus lábios,

Com você pinto meus olhos.

 

Você é o sândalo para o corpo,

O colar para o pescoço.

Me ungirei com Você,

Meu perfumado creme de sândalo,

Refrescando meu corpo e alma.

Vestirei Você, meu lindo Colar,

Aqui no meu pescoço,

E Você deitará no meu peito,

Perto do meu coração trêmulo.

 

Você é o Tesouro no meu corpo;

Você é o Morador da minha casa.

Você é para mim, Ó Senhor,

O que as asas são para o pássaro que voa,

O que a água é para os peixes.

 


 

Que estranhas, Ó amiga, são as regras da vida e da morte!

O Jovem de Braja fugiu,

E esta pobre pastora de Braja logo morrerá.

Madhava está apaixonado por outras pastoras,

Mais belas do que eu.

Ora! Ele se esqueceu da filha inocente do vaqueiro.

 

Quem teria imaginado, cara amiga, que Ele,

Um Amante tão gentil, tão divino,

Buscaria apenas o encanto externo?

Fui tola em não ter visto antes;

Mas levada pela Sua beleza,

Ansiei sozinha por segurar Seus pés no meu peito.

 

Agora me afogarei no correr do rio Jamuna,

Ou tomarei uma dose de veneno, amiga!

Ou enrolarei uma vinha em meu pescoço,

Ou me enforcarei numa árvore tamala;

Ou, nada disso funcionando,

Destruirei minha existência desgraçada entoando o nome de Krishna.

 


Porque Meu corpo se tornou tão dourado? Não é hora disso ainda:

Muitas as eras devem passar, antes que como Gauranga eu apareça.

Aqui na era de Dwapara o Meu jogo ainda não terminou;

Como é estranha essa transformação!

 

O pavão cintila, todo dourado – e dourado também o cuco cintila!

Tudo ao meu redor se torna ouro! Nada mais

Senão ouro, por onde quer que eu olhe.

O que quer dizer esse milagre, onde tudo que vejo é ouro?

 

Ah, acho que consigo imaginar o significado agora:

Radha veio para Mathura, e é por isso que a Minha pele está dourada.

Ela só medita em mim e acha que sou eu, e portanto deu-Me a sua cor.

Meu corpo que era azul escuro, agora num piscar de olhos

Se torna ouro. Tornei-me Radha por contemplá-la?

 

Não consigo imaginar onde estou – Mathura ou Navadvip.

Mas como isso pode ter acontecido?

Balarama não nasceu ainda como Nitai, nem Narada

Se tornou Srivas, nem Yasoda voltou como a Mãe Sachi.

Então por que eu, dentre todos eles, deveria ficar com o rosto dourado?

O Pai Nanda ainda não nasceu como Jagannath; por que então

Eu deveria me tornar ouro?

Talvez porque em Mathura a doce Radha apareceu

Minha pele emprestou o matiz dourado de Gauranga.

 


 

Certamente Gauranga está perdido num êxtase;

Em exuberante alegria, ele ri e chora e dança e canta.

Ele acha que uma madeira é a floresta de Vrindavan, que o Ganges é o azul Jamuna;

Soluça alto e chora. Mas ainda que seja por fora todo dourado,

Ele é todo negro por dentro – negro com o negrume de Krishna!

 


Porque as minhas vizinhas fazem tal escândalo?

Porque suas calúnias lançam sobre mim,

Simplesmente por causa de Gauranga?

Como podem compreender os meus sentimentos?

Poderei algum dia explicar?

Isso é possível explicar?

Ora, para quem explicarei?

Ah, mas elas fazem que eu morra de vergonha!


 

Ó amiga, traga o meu amado Krishna aqui ou leve-me até Ele.

Ó amiga, traga o meu amado Krishna aqui e ganhe-me como sua serva.

Serei sua aia para sempre.

Ó amiga, não mais irei ao Jamuna buscar água.

Certa vez eu vi o meu amado Amigo debaixo da árvora kadamba.

Sempre que passo por lá, sou sobrepujada pela emoção.

 

O próprio desejo pela presença de Krishna

Resfriou e refrescou o meu corpo febril.

Ó amigas, vocês podem esperar.

Mostrem-me Krishna, o meu Amado.

Não se preocupem com os meus ornamentos.

Perdi o meu Ornamento mais precioso.

Ora! Que dias terríveis!

Meus dias felizes se acabaram.

Essa tristeza perdura tanto tempo!

 

Ó amiga, estou morrendo! Certamente morrerei!

A angústia de ser mantida longe de Krishna

É mais do que posso suportar.

Ora! Com quem deixarei

O meu Tesouro inestimável? Quando eu morrer,

Imploro-lhe, não queime o meu corpo;

Não lance-o no rio.

Faça com que não seja entregue às chamas;

Não mergulhe-o nas águas.

Neste corpo, eu brinquei com Krishna.

 

Amarre a minha forma sem vida, eu lhe imploro,

Aos galhos da negra árvore tamala,

Amarre o meu corpo à árvore tamala.

Tocando a tamala, tocará o preto.

Krishna é preto, e preta é a tamala/

Preto é a cor que eu amo.

Desde a minha tenra infância eu a amei.

Ao preto Krishna o meu corpo pertence;

Não permita que fique longe do preto!

 

 

Radha – textos de Sri Aurobindo

RadhaRadha é a personificação do amor absoluto pelo Divino, completo e integral em todas as partes do ser, do mais altíssimo espiritual até o físico, trazendo a absoluta auto-doação e completa consagração do ser por completo e chamando ao corpo e à natureza mais material a Felicidade suprema.
Sri Aurobindo. Sri Aurobindo Birth Centenary Library in 30 Volumes. – Volume 23. – Letters on Yoga.-P.2-3

Krishna é Aquele de quem Sri Aurobindo fala aqui, o divino Flautista, isto é, o Divino universal e imanente que é o poder supremo de atração; e a alma, a personalidade psíquica, aqui chamada de Radha, é quem responde ao chamado do Flautista.
The Mother. Collected Works of the Mother.- Volume 8. – Questions And Answers (1956)

Oração da Radha

Ó Tu quem a primeira vista soube que é o Senhor do meu ser e meu Deus, receba a minha oferenda.
Teus são todos os meus pensamentos, todas as minhas emoções, todos os sentimentos do meu coração, todas as minhas sensações, todos os movimentos da minha vida, cada célula do meu corpo, cada gota do meu sangue. Sou absolutamente Tua, Tua sem reservas. O que Tu fizeres de mim, aquilo serei. O que Tu escolheres para mim – vida ou morte, felicidade ou tristeza, prazer ou sofrimento – tudo o que vier de Ti será bemvindo. Cada uma das Tuas dádivas será sempre para mim um presente divino, trazendo consigo a suprema Felicidade.

The Mother. Collected Works of the Mother.- Volume 15. – Words of the Mother

 

Toda música é apenas o som da Sua risada.
Toda beleza, o sorriso do Seu apaixonado deleite;
Nossas vidas são as batidas do Seu coração; nosso enlevo, o noivado
De Radha e Krishna; e nosso amor, o beijo deles.

Sri Aurobindo. Sri Aurobindo Birth Centenary Library in 30 Volumes. – Volume 5. – Collected Poems / Who

O desejo da alma por Deus é nesse caso lançado numa figura simbólica no ciclo de amor lírico de Radha e Krishna, a alma Natureza no homem buscando pela Alma Divina através do amor, dominado e aprisionado pela sua beleza, atraído pela sua mágica flauta, abandonando preocupações e deveres humanos em troca dessa paixão avassaladora e na cadêcia de suas fases, passando do primeiro desejo ao deleite da união, as dores da separação, o eterno anseio e reunião, o lila do amor do espírito humano por Deus.
Sri Aurobindo. Sri Aurobindo Birth Centenary Library in 30 Volumes. – Volume 14. – The Foundations of Indian culture

Poems about Radha

*

 

You give me the sky velvet

Late night

Dark blue

Like Radha´s sari to wear

Contrasting

Her Golden skin

And black hair

With Krishna’s dark skin

And Golden wear

My Beloved,

It was by Your magic

That I spent my while

Feeling so near.

 

*

 

Radha’s Beloved

 

Beloved – are You not ashamed,

For it is You who calls Yourself so

By keeping me awake tonight.

 

*

 

 

The Prince

 

To my Prince

I dedicate this sleepless

night.

That I see Him

It can only mean

I dream.

 

Of Him Prince

I demand:

 

That He not make me wake

Unless

By the touch of His Lips

I awaken.

 

*

 

Radha, Draupadi, e todas elas

Achavam que era difícil, mas não era.

Pelo menos elas tiveram Você.

Eu… nem sei  quem Você é…

E nem sei o que acontece comigo…

Bem, na verdade, sou como elas mesmo,

Sou como uma menina reclamando sem razão

Perdida na sua emoção,

Pois na verdade Você me tem,

E eu, Você.

 

 

Radha, Draupadi, and all of them

Thought it was difficult, but it wasn´t.

At least they had You.

I… don´t even know who You are…

Nor do I know what is happening with me…

Well… come to think of it, I am really like them;

I am like a girl making baseless complaints

Lost amid her emotions,

For, as a matter of fact, You do have me,

And I have You.

 

*

 

FRAGRÂNCIA

 

beleza sem inverno

pureza e frescor eterno

aquela que sem ela

as flores não são belas

 

as abelhas brincam

buscando a alva essência

e as borboletas procuram

a reluzente existência

 

da linda rosa-pureza

– alma-fragrância-beleza –

anunciando a chegada ao mar

antes da vista alcançar

 

sol dourado-prateado

reluz no miolo dourado

por ela o Senhor embriagado

de ver é até engraçado

 

reflete a beleza-divina

nas pétalas luz-do-luar

em quem o Senhor nos ensina

o que realmente é Amar.

 

*

 

Ó Amado, Sol oriental

De face de chamas e cabelos dourados:

Fujo de você para poder vê-Lo,

Pois sei que perto demais

Eu e Você não somos mais dois.

Quero sempre ser eu e poder amá-Lo.

Corro para longe querendo alcançá-Lo;

Quanto mais para longe corro,

Mais perto você parece estar;

Mas sinto a Sua presença no meu rosto

E fujo; fujo, pois não quero mostrar

Minha face e cabelos desarrumados;

Em toda parte parece a Sua Luz estar,

E você me expõe

A à Sua forma de amar.

 

*

 

Vá, prima*, vá agora até Ele –

Eu quero espiar, aprender;

É fala, vestimenta, ou maquiagem? Ou é poção?

Conte-me, prima, como você faz –

Ele é só seu, e você Dele;

Quero aprender.

“Querida, contarei a você;

Não tenho ninguém,

Nem a mim mesma.

Dei-me a Ele;

Agora Ele sou eu;

Mais que isso não sei.”

 

*

 

Quando olho para

você, minha prima*,

imóvel, vejo o vazio dos seus

olhos; petrificada, resta apenas uma

centelha; o Universo inteiro nela

abrigado; olhando você mirando

esse vazio; sei em Quem

está pensando; Está perdida

Nele, que é o

Todo; Você nem

responde.

 

-Patanga Cordeiro

Passei minha vida inteira olhando para você, mas era só eu falando comigo mesma – Radha

Passei minha vida

inteira

olhando para você,

mas era só eu

falando comigo mesma

 

Você está na minha cabeça,

no meu coração,

na minha alma,

Krishna.

 

Original de Leena Saldanha, do livro Radha, em tradução ao português.

Poemas escritos como na pessoa de Radha conversando com Krishna.

Dizem que ligas metálicas se fazem nas fornalhas – Radha

Naquele momento

quando não conseguíamos mais

enxergar

um ao outro

 

Naquele momento

do horizonte

vazio

 

Aquele foi o

momento

da mágica

 

Nunca mais

nos vimos

e ainda assim

nunca estivemos

separados

 

nunca mais

 

Aquele momento

de horizonte vazio

foi quando o

“e”

desapareceu.

 

Daquele momento em diante

deixamos de ser

Radha

e

Krishna

 

Somos

RadhaKrishna

 

Dizem que ligas metálicas

se fazem nas fornalhas

 

Original de Leena Saldanha, do livro Radha, em tradução ao português.

Poemas escritos como na pessoa de Radha conversando com Krishna.

Moda é inútil quando o seu namorado é Deus. – Radha

Em alguns dias eu visto

roupas de trabalho

em outros eu visto

roupas que funcionam

 

Não que você

perceberia,

Krishna.

 

Você me chamou de

bela

Quando eu parecia a superfície esburacada

da lua

E me ignorou

quando eu brilhava

como

a lua.

 

Moda é inútil

quando o seu

namorado

é Deus.

 

Original de Leena Saldanha, do livro Radha, em tradução ao português.

Poemas escritos como na pessoa de Radha conversando com Krishna.

Por isso sou e serei sempre Sua. – Radha

Fico imaginando

como

eles conseguem,

Krishna.

 

Centenas de milhares

de pessoas

por nem lembro quantas

vidas

todas tropeçando

com a visão borrada

buscando

sentido na vida.

 

O que é essa

mágica maldosa

que você perpetua,

Krishna?

 

Eles colocam-se

na plenitude

do ser

e ainda assim

o significado

foge das suas almas

dispersas.

 

Você me imergiu

no arcano

Fez-me tropeçar pelo

mundano

Abençoou-me com o

ridículo

E torturou-me com o

tolo.

 

Mas você nunca,

nunca,

Tirou o meu

sentido da minha vida,

Krishna.

 

Por isso

sou e serei

sempre Sua.

 

 

Original de Leena Saldanha, do livro Radha, em tradução ao português.

Poemas escritos como na pessoa de Radha conversando com Krishna.

Fico imaginando o que os deixa tão irritados – Radha

Há alguns

que bradam

irritados

 

Radha

nunca existiu

 

Ela foi apenas um figmento

da alguma tola

imaginação romântica.

 

Fico imaginando o que os deixa tão irritados

 

Se é a ideia de que

um amor como

o nosso

não é possível,

Krishna

 

ou

 

Se é a ideia mais real

de que é.

 

Original de Leena Saldanha, do livro Radha, em tradução ao português.

Poemas escritos como na pessoa de Radha conversando com Krishna.

A menininha brincava no seu mundo de faz de conta. – Radha

A menininha

brincava

no seu mundo

de

faz de conta.

 

Havia uma bela

montanha

e um rio que dançava

e cascalho

suave

e redondo

nas cores do

arco-íris.

 

Ela sentou-se com

seus pés imersos

na água

refrescante

do rio

rápido fluente

entoando uma canção feliz

olhando para o alto

para um ceu

azul, muito azul,

com seus olhos

negros, muito negros

 

Enquanto estava sentada

dentro do seu casebre

rodeada

da catinga

de seu pai

completamente embriagado

na perfumada

miséria

de uma tenda de lona

minúscula

A menininha

sentia a água

fresca

nos seus pés encardidos.

 

Foi assim que ela

conseguiu

que ela sobreviveu.

 

Porque você deu a ela

O dom

de

faz de

conta,

Krishna.

 

Original de Leena Saldanha, do livro Radha, em tradução ao português.

Poemas escritos como na pessoa de Radha conversando com Krishna.

Poemas do amor de Radha por Krishna

 

Poemas escritos como na pessoa de Radha conversando com Krishna. Original de Leena Saldanha, do livro Radha, em tradução ao português.

Mais poemas sobre Radha aqui.

 

*

 

Passei minha vida

inteira

olhando para você,

mas era só eu

falando comigo mesma

 

Você está na minha cabeça,

no meu coração,

na minha alma,

Krishna.

 

 

*

 

Naquele momento

quando não conseguíamos mais

enxergar

um ao outro

 

Naquele momento

do horizonte

vazio

 

Aquele foi o

momento

da mágica

 

Nunca mais

nos vimos

e ainda assim

nunca estivemos

separados

 

nunca mais

 

Aquele momento

de horizonte vazio

foi quando o

“e”

desapareceu.

 

Daquele momento em diante

deixamos de ser

Radha

e

Krishna

 

Somos

RadhaKrishna

 

Dizem que ligas metálicas

se fazem nas fornalhas

 

 

 

*

 

Segurar

exige força

 

Deixar ir

exige poder

 

Devo ter sido

a mais

poderosa

mulher

na história,

Krishna…

 

 

*

 

Há alguns

que bradam

irritados

 

Radha

nunca existiu

 

Ela foi apenas um figmento

da alguma tola

imaginação romântica.

 

Fico imaginando o que os deixa tão irritados

 

Se é a ideia de que

um amor como

o nosso

não é possível,

Krishna

 

ou

 

Se é a ideia mais real

de que é.

 

 

*

 

Em alguns dias eu visto

roupas de trabalho

em outros eu visto

roupas que funcionam

 

Não que você

perceberia,

Krishna.

 

Você me chamou de

bela

Quando eu parecia a superfície esburacada

da lua

E me ignorou

quando eu brilhava

como

a lua.

 

Moda é inútil

quando o seu

namorado

é Deus.

 

Radha

 

*

 

Fico imaginando

como

eles conseguem,

Krishna.

 

Centenas de milhares

de pessoas

por nem lembro quantas

vidas

todas tropeçando

com a visão borrada

buscando

sentido na vida.

 

O que é essa

mágica maldosa

que você perpetua,

Krishna?

 

Eles colocam-se

na plenitude

do ser

e ainda assim

o significado

foge das suas almas

dispersas.

 

Você me imergiu

no arcano

Fez-me tropeçar pelo

mundano

Abençoou-me com o

ridículo

E torturou-me com o

tolo.

 

Mas você nunca,

nunca,

Tirou o meu

sentido da minha vida,

Krishna.

 

Por isso

sou e serei

sempre Sua.

 

 

*

 

Minhas melhores canções

para você,

Krishna,

são aquelas

para as quais

nunca encontrei

as palavras.

 

 

*

 

A menininha

brincava

no seu mundo

de

faz de conta.

 

Havia uma bela

montanha

e um rio que dançava

e cascalho

suave

e redondo

nas cores do

arco-íris.

 

Ela sentou-se com

seus pés imersos

na água

refrescante

do rio

rápido fluente

entoando uma canção feliz

olhando para o alto

para um ceu

azul, muito azul,

com seus olhos

negros, muito negros

 

Enquanto estava sentada

dentro do seu casebre

rodeada

da catinga

de seu pai

completamente embriagado

na perfumada

miséria

de uma tenda de lona

minúscula

A menininha

sentia a água

fresca

nos seus pés encardidos.

 

Foi assim que ela

conseguiu

que ela sobreviveu.

 

Porque você deu a ela

O dom

de

faz de

conta,

Krishna.

 

*

 

Toque uma suave melodia

nesta noite,

Krishna.

 

Que a sua flauta

Acalente a minha alma.

 

Larguei minhas armas

tirei a armadura

Mas a batalha recomeçará

Na luz do dia.

 

Mas a luta já saiu do hoje

a luz saiu do hoje

 

Toque uma

doce

melodia,

Krishna.

Minha alma está cansada

E o amanhã está a apenas

uma noite de distância.

 

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Mais poemas sobre Radha aqui.

E o amanhã está a apenas a uma noite de distância – Radha

Toque uma suave melodia

nesta noite,

Krishna.

 

Que a sua flauta

Acalente a minha alma.

 

Larguei minhas armas

tirei a armadura

Mas a batalha recomeçará

Na luz do dia.

 

Mas a luta já saiu do hoje

a luz saiu do hoje

 

Toque uma

doce

melodia,

Krishna.

Minha alma está cansada

E o amanhã está a apenas

uma noite de distância.

 

 

Original de Leena Saldanha, do livro Radha, em tradução ao português.

Poemas escritos como na pessoa de Radha conversando com Krishna.